Os Miseráveis - Introdução

       E aí pessoal, tudo bem? Durante esse tempo ausente estive lendo "Os Miseráveis" de Victor Hugo. Quando eu vi esse livro, eu o considerei um desafio da minha vida, pois era um clássico francês e mundial e tem 1500 PÁGINAS! Estou quase terminando, mas ainda falta umas 200 páginas. "Vamo que vamo".
       Vamos começar pela história. Nossa... que história. Os Miseráveis é o livro com a trama mais complexa que eu li, pois o elenco é muito grande e o ambiente muda constantemente. Vou explicar....
       O livro começa no século XIX, contando a história do padre Myriel e sua dedicação ao seu dever. Ele é o padre "perfeito", sempre feliz, mas mantendo sua serenidade, e sábio, mas nunca sendo arrogante. Ele mora com sua irmã e sua empregada, que o idolatram (o mesmo faz aos cidadãos da cidade). Ele nunca tranca a porta de sua casa, o que faz a sua irmã e empregada acharem que ele "acredite demais no poder de Deus", pois de acordo com ele, não é a fechadura da casa que o protege, mas sim Deus.
       Após algumas dezenas de páginas, o foco de personagem muda para Jean Valjean, que é para mim o personagem mais sofredor da história dos livros. De alguma forma, não acho que ele seja azarado, pois de alguma forma sinto que seja parte de seu "destino", que seja parte de sua transformação. Vocês entenderão depois....
      Okay, o "destino" de Jean Valjean começa quando ele decide roubar alguns pães para dar à sua irmã e seus sete sobrinhos, pois era inverno e não tinha trabalho, mas ele é preso e condenado à 5 anos (Victor Hugo se inspirou numa história real, o famoso furto famélico, o que não torna furtos por estado de necessidade). Jean vai para a prisão, mas fica preocupado com sua família. Essa preocupação o fez agir desesperadamente e tentou fugir, mas foi pego. Tentou fugir mais algumas vezes, pego de novo. Isso fez que seus 5 anos na prisão se tornasse 19 anos.
       Quando ele finalmente foi solto, decide tentar uma nova vida. Mas seu cartão de identidade possui a temida cor amarela, o que informa que ele foi um antigo forçado (pois além de ser preso por 19 anos, ele teve que fazer aqueles famosos "trabalhos escravos na prisão", como quebrar aquelas gigantes pedras com uma marreta). Esse cartão é praticamente um passe para a exclusão total na sociedade, ou seja, ele sofre com a discriminação de ser um ex-condenado, não muito distante da atualidade. Ele não conseguiu dormir em nenhuma casa, sendo um "hotel" ou de um cidadão qualquer, mesmo tendo muito dinheiro (pois ele recebeu uns trocados no trabalho forçado por 19 anos), por causa do maldito cartão de identidade que era obrigatório ser mostrado. Sem saber aonde ir, ele encontra uma idosa. Perguntando se há alguma possibilidade de dormir em algum teto, a senhora aconselha falar com o padre Myriel. Sem muitas escolhas, ele vai.
       Parando um pouco nessa história (me lembrei do João Cléber no seu "Para, para, para, para!") esse trecho da história em que Jean procura um lugar para dormir, me fez pensar como uma sociedade muitas vezes é estúpida. Ninguém deu moradia para ele por causa de sua identidade. Ninguém nunca pensou "nossa, o que ele fez para ter esse cartão?", simplesmente receberam a alcunha que o governo deu ao sujeito. Nem pense que os tempos mudaram, que lá era o século XIX e aqui é XXI, muito menos pense que o autor dramatizou a história demais, pois é isso que dramaturgos fazem. Não, nem tudo é imaginário. Em um momento, Jean tenta dormir em um lugar baldio, mas um cachorro não deixou, pois era seu lar, e Jean diz para si mesmo: "Não sou digno nem para dormir ao lado de um cão". Isso me fez pensar em outra coisa, enquanto algumas pessoas dizem à um sem-teto que não tem comida para dar, às vezes (eu disse às vezes, e não sempre, lembrem-se disso) levam seu cachorro à uma creche de cães (que bosta) para que seu cachorrinho não fique sozinho.... sem palavras, né?
       Bem vou deixar o resto da história para o próximo post. Tchau!



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